A realização dos alongamentos deve ser feita com o corpo aquecido, após um banho ou uma ducha quente, ou depois de realizar alguns exercícios leves, como uma caminhada curta de alguns minutos. Alongar com músculos frios e rígidos causará tensão em vez de uma soltura dos mesmos. Rosset e Fàbregas (2008) ressaltam, sobre esse aspecto, que devido à interpretação musical implicar contração e relaxamento de dezenas de músculos, em velocidade elevada e durante certo período de tempo, é necessário um constante aporte de energia e, por conseguinte, uma eliminação de resíduos metabólicos, o que se consegue por meio da irrigação sanguínea. Quando o músico inicia sua atividade subitamente, sem um tempo de adaptação, o músculo estará condicionado a trabalhar em uma situação pouco favorável, com um menor aporte de energia e principalmente de oxigênio.
Quando os tecidos estão quentes, as reações metabólicas se produzem mais rapidamente, a condução nervosa é mais ágil, os tecidos são mais elásticos e o líquido articular é mais fluido. Isto acarreta uma contração muscular mais rápida e forte. O aquecimento supõe também uma boa maneira de preparar-se psicologicamente para tocar (Rosset e Fàbregas, 2008, p. 38).
Assim sendo, efetuar um perfeito aquecimento dos tecidos musculares “melhora e acelera a transmissão dos impulsos nervosos”, como ressalta Martín (2015), resultando em uma contração muscular mais rápida e forte. Por outro lado, ainda segundo Martín (2015), o aumento da temperatura corporal prepara e relaxa os músculos antes de tocar, intensificando a irrigação sanguínea e, portanto, a irrigação dos músculos, atrasando a aparição da fadiga. Da mesma forma, aumenta a flexibilidade e a mobilidade das articulações, reduzindo a propensão para lesões e favorecendo uma melhor adaptação psicológica à atividade musical, desenvolvendo a atenção, os reflexos e a concentração.
Para o aluno e o violinista/violista, é importante assinalar que o aquecimento deve ter duas fases: um aquecimento geral (com exercícios de flexibilidade e alongamento) e um específico (com exercícios específicos realizados no instrumento), os quais se baseiam em movimentos suaves, variados, em velocidade moderada e com uma posição neutra das articulações. Portanto, aplicado ao âmbito musical, corresponde ao conjunto de exercícios técnicos que nos permitem adequar nossos músculos a uma atividade imediata relacionada com uma prática musical específica. Sobre esse assunto, recomenda-se a utilização de um vibrato mais relaxado e amplo ou trabalhar a afinação lentamente, sem vibrato. Deve-se evitar a utilização das posições altas que põem o pulso em posições forçadas. Da mesma forma, desaconselha-se o exercício de aquecimento em cordas duplas, golpes de arco ou em notas sustentadas durante muito tempo.
Igualmente é recomendável a prática de escalas que preparam o músico, em pouco tempo, com movimentos de flexão, voltando em seguida a uma posição neutra. O aquecimento nas escalas deve ser trabalhado começando com notas longas e, progressivamente, ir aumentando a velocidade, ligando primeiramente duas notas, depois três e assim sucessivamente.
Segundo Paull e Harrison (1997), o objetivo nessa preparação é gerar movimentos suaves, variedade de exercícios, velocidade moderada e uma posição natural e relaxada do corpo.